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#Em Circulação
© Joana Rodrigues / “Timber”, de Roberto Olivan, com interpretação de Joana Couto, João Cardoso/Ilan Gratini, Lara Serpi, Liliana Garcia, Liliana Oliveira e Ricardo Machado
Mesmo tendo a sorte de estar sediada na maravilhosa cidade do Porto, a Instável procura ao máximo levar os projetos que cria e/ou apoia a circularem além da mesma, tanto em território nacional, como internacional.
Em cena, uma personagem para duas intérpretes que vão invocando memórias, medos e inseguranças, em diálogo surdo entre si. O interior e o exterior, a queda e o salto, o privado e o público, tudo embrulhado em canções de embalar. Em cena dois corpos que não se cansam de tentar. Dois corpos que sabem que por vezes é preciso reaprender a viver, e até reaprender a respirar.
Krakatoa, surje como a necessidade política de abordar cenicamente uma ocupação social: quebrar o silêncio público em torno do suicídio.
Um ou dois corpos, seis no máximo. It’s a long yesterday é um exercício sobre o desejo, a fratura e a multiplicação.
Memórias e sonhos ressoam, na caixa do tempo, onde o passado e o futuro nem sempre se sucede por esta ordem. Pela água, pelo fogo, pelas mãos. O corpo, matéria mutável, da lânguida sedução à catástrofe do caco. Tudo a preto e a vermelho. Como na roleta, os corpos entram no jogo.
Rubble King introduz um curto período de atenção, uma criatura investigadora do arquétipo. Uma entidade numa sandbox, um local de informação ilimitada, um circuito excessivamente produtivo à procura de arquétipos com que se alimentar. Vários estados através da mudança de atenção e esquivando-se da conclusão, um ridículo racional.
Quando pensamos em som, a primeira imagem é a de ondas invisíveis que viajam pelo ar, captadas pelos nossos ouvidos e interpretadas pelos nossos cérebros. Mas para além da sua dimensão auditiva, o som tem peso, movimento e força. O som possui uma história em si e o corpo procura incessantemente por uma história.
“Nova refutação do tempo” é uma criação multidisciplinar, onde a fotografia e a dança habitam o mesmo espaço. Onde a imagem não existe sem movimento e movimento não existe sem imagem. Criamos uma performance feita de fragmentos, onde reinventamos um corpo, mas também o espaço em que esse mesmo corpo se transforma.
Uma área onde a terra está próxima ou abaixo do nível do mar é chamada planície — lowlands. Lowlands refere-se também à teoria de Freud, que compara a mente a um icebergue — flutua com um sétimo do seu volume acima da água, a única parte visível.
Criando uma atmosfera imersiva e de teor especulativo, a audiência é convidada a situar-se. Não é uma apresentação no espaço mas uma apresentação do espaço em permanente devir: fugaz e expansivo.
A normalidade retorna rapidamente e a sanidade não permanece em risco, basta virar para o outro lado e aconchegar-se novamente nas próprias conceções macias e cheirosas. Quantas camadas tem um sonho? Onde termina o sonho de um e começa o sonho de outro? Onde está a fronteira entre o real e o surreal?