© Tomás Laranjo / Curso de Produção Instável
Curso de Produção Instável
O Curso de Produção Instável é um programa irreverente, que concilia matérias e formadores essenciais e incontornáveis, com uma abordagem modular e uma forte componente prática. Não pretende fornecer modelos de trabalho, mas antes provocar o pensamento, estimular sinergias, e suscitar interações.
Para quem?
Dirigido a criadores, produtores e profissionais das artes que pretendam aprofundar os seus conhecimentos nas áreas da gestão, produção, comunicação e técnica das artes performativas.
Duração
De 17 de março a 16 de julho de 2026
Horário
Ter–Qui, das 18h30 às 22h30
Sessões opcionais do programa PULSO: segundas, das 10h00 às 12h00
Objetivos
– Desenvolver competências práticas de planeamento, gestão e comunicação de projetos culturais.
– Compreender os mecanismos de financiamento, a nível nacional e europeu.
– Explorar o enquadramento jurídico e politico da produção cultural em Portugal.
– Abordar a produção cultural a partir do ponto de vista de teatros de acolhimento, companhias e artistas independentes.
– Dotar os alunos de ferramentas para a integração em contexto profissional.
– Promover a colaboração e a partilha entre colegas, criadores e formadores, com contacto direto com o ecossistema artístico do Porto.
– Estimular o pensamento crítico e a colaboração interdisciplinar.
Estágios e integração profissional
A Instável – Centro Coreográfico procura criar oportunidades de integração dos participantes em mini-estágios tanto na própria estrutura como em colaboração com parceiros.
Estas experiências permitem uma aproximação ao mercado de trabalho e ao funcionamento das estruturas culturais.
Na mais recente edição, foram criadas 18 oportunidades de estágio.
Formadores
O Curso de Produção Instável conta com uma equipa de profissionais nas áreas da gestão, produção, comunicação, direito, luz, som e direção de cena.
Todos mantêm uma ligação direta ao contexto artístico e cultural contemporâneo, partilhando com os formandos a sua experiência prática e visão crítica sobre os desafios da produção hoje.
Alguns dos nomes confirmados para a próxima edição:
Ana Figueira
Francisco Cipriano
João Fontes
Mafalda Sebastião
Rita Tomás
Samuel Guimarães
Tania Rodrigues
Tiago Ralha
Módulos
O curso integra uma série de módulos pensados para oferecer uma formação completa em produção cultural, combinando teoria, prática e experiência em contextos reais de criação e gestão.
O módulo de Produção introduz os conceitos básicos e palavras-chave da área, abordando o papel do produtor cultural, do criador/produtor e da auto-produção. Explora as tarefas de um produtor, as fases de uma produção, a criação de pequenas estruturas de produção, o papel do coprodutor, a organização de audições e residências artísticas, a gestão das equipas de um teatro, a procura de coprodutores, a venda de espetáculos, a organização de dossiers, definição de preços, logística e estratégias de abordagem a programadores, oferecendo também uma perspetiva sobre a visão do programador cultural.
Este módulo contextualiza a produção cultural e apresenta as três fases principais de uma produção: Pré, Produção e Pós. Inclui a exploração do funcionamento de organizações artísticas e culturais, o papel de um Produtor Executivo, questões de direito de autor, diferentes tipos de contratação e análise de contratos, bem como a logística de um espetáculo em contexto de acolhimento.
Este módulo explora os desafios e possibilidades da produção artística fora dos espaços convencionais de apresentação. Os participantes são convidados a repensar o papel da produção em diálogo com o espaço público, o território e as comunidades envolvidas. Procura-se desenvolver uma abordagem criativa, flexível e crítica à gestão e concretização de projetos em contextos não formais.
Neste módulo convidamos programadores de diferentes espaços nacionais a partilharem a sua visão sobre a programação artística. Ao longo destas sessões, os participantes têm a oportunidade de compreender como cada programador define as suas linhas curatoriais, quais as estratégias que aplicam na seleção de projetos e o que procuram nas propostas que recebem.
Neste módulo serão abordados os aspetos essenciais da elaboração de uma candidatura a um pedido de financiamento, desde a estrutura e objetivos até à apresentação de orçamentos e textos, com partilha de dicas práticas para tornar cada proposta mais clara e eficaz. A partir do modelo de candidatura da DGArtes, considerada uma das mais complexas em Portugal, são explorados em detalhe todos os elementos a considerar, criando uma base sólida que pode ser aplicada a diferentes processos de apoio e financiamento.
Aborda os processos e práticas na produção cultural, refletindo sobre como otimizar o trabalho em diferentes esferas. A esfera social inclui acessibilidade, inclusão, justiça, narrativas dominantes, governança, participação e práticas colaborativas; a esfera ambiental trata de questões como impacto social e escolhas sustentáveis; a esfera económica explora modelos de financiamento e sustentabilidade; e a esfera cultural analisa a relação entre sustentabilidade e prática artística.
Este módulo apresenta o mapa do financiamento das artes, desde bilheteiras e candidaturas a coproduções, patrocínios e mecenato. Ensina princípios de gestão financeira, elaboração de orçamentos para projetos de criação e digressão, administração financeira, fechos de contas, relatórios, análise financeira e inclui exercícios práticos e discussão.
Explora os programas europeus de financiamento das artes e cultura, incluindo Portugal 2020, Portugal 2030, Europa Criativa, Erasmus+, Europa dos Cidadãos e Horizonte Europa. Inclui exemplos de boas práticas, e orientações para transformar uma ideia num projeto, com elementos essenciais para formalizar candidaturas.
O objetivo deste módulo passa por explorar estratégias, metodologias e ferramentas para conectar os projetos artísticos com os seus públicos, desde a definição de um plano de comunicação à assessoria de imprensa e campanhas no ambiente digital.
Os alunos são convidados a refletir sobre a relação entre a criação artística e os públicos. São abordadas diferentes estratégias de aproximação, desde a construção de novos públicos até à fidelização e envolvimento ativo das comunidades. Estas sessões oferecem exemplos concretos de práticas de mediação que procuram tornar a arte mais acessível e significativa, promovendo o diálogo entre artistas, instituições e espectadores.
Este módulo propõe uma reflexão sobre as políticas culturais em Portugal, explorando o papel do Ministério da Cultura e das Câmaras Municipais na gestão e apoio ao setor artístico. Inclui análise de programas como o Apoio às Artes e a Rede de Teatros e Cineteatros, abordando conceitos de democratização e democracia cultural, combinando teoria, pesquisa e debate.
Apresenta o estatuto dos profissionais da área, fiscalidade aplicável, licenciamento, direito de autor e direitos conexos, proporcionando aos participantes conhecimentos essenciais para atuar legalmente na área cultural.
Explora a propagação do som e o sistema auditivo, equipamentos de áudio, microfones, altifalantes e mesas de mistura, com práticas de captação, edição, mistura e som ao vivo, e estudo da acústica de salas.
Aborda segurança no trabalho técnico, eletricidade básica, equipamento de iluminação e acessórios, circuitos de ligação entre equipamentos, método McCandless, ângulos básicos de iluminação, estudo de luz e sombra, filtros corretivos, cores, design de iluminação e o papel do designer no contexto da produção.
Apresenta a nomenclatura geral de palco, tarefas e responsabilidades do/a diretor/a de cena, diferenças entre companhia e espaço de acolhimento, set-ups de palco e análise de alguns riders técnicos.
O Módulo de Projeto acompanha os participantes ao longo do curso e desafia-os a conceber e desenvolver um pequeno projeto de produção, que será apresentado aos colegas no final da formação. Esta componente prática constitui uma oportunidade para aplicar os conhecimentos adquiridos nas diferentes áreas trabalhadas durante o curso. As aulas dedicadas a projeto abordam temas como candidaturas, gestão financeira e estratégias de comunicação, permitindo aos alunos estruturar e consolidar as suas ideias. Os participantes podem, assim, receber acompanhamento e mentoria dos formadores, que orientam e apoiam o desenvolvimento dos projetos.
Este workshop propõe um olhar crítico sobre os espaços onde operamos na mediação e produção cultural. A partir de ferramentas de mapeamento, reflexão e experimentação coletiva, os participantes exploram como os lugares influenciam as práticas culturais, quem pode aceder a esses espaços e como podem ser repensados para ampliar a participação e a circulação cultural.
