© Cati Cardoso / “TAKE”, de São Castro e António M Cabrita para a Companhia Instável / interpretação de Beatriz Mira, Catarina Casqueiro, Francisco Ferreira, Joana Couto e Nuno Velosa
Quando pensamos em som, a primeira imagem é a de ondas invisíveis que viajam pelo ar, captadas pelos nossos ouvidos e interpretadas pelos nossos cérebros. Mas para além da sua dimensão auditiva, o som tem peso, movimento e força. Uma força física que ultrapassa a própria audição e atua no corpo, que recebe e reage às suas vibrações, presença tangível no espaço que nos rodeia.
Nesta peça coreográfica, o som foi pensado num contexto cinematográfico, como ferramenta narrativa, evocando histórias, reforçando contextos e ativando perspetivas de observação. O design do som, como tecnicamente é definido no cinema, é o elemento condutor da relação dos corpos entre si e o espaço cénico, estabelecendo uma atmosfera dramatúrgica, sustentada por um enredo coreográfico.
A estrutura coreográfica composta por “takes”, definindo-se como molduras do instante, combinam realidade e ficção, estendendo o espaço físico em que a ação e o som ocorrem, criando diálogos entre o que se ouve e o que se vê – ou não se vê.
A luz, como uma lente de uma câmara, destaca o enquadramento pretendido e ideal para a leitura da cena, criando juntamente com o som, uma matriz de percepção imersiva, aproximando o público da ação.
O som possui uma história em si e o corpo procura incessantemente por uma história.
São Castro
Licenciada em Dança pela Escola Superior de Dança / IPL e Mestre em Criação Coreográfica e Práticas Profissionais, pela mesma instituição. Foi bailarina no Balleteatro Companhia, Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo e Ballet Gulbenkian. Trabalhou com coreógrafos como Né Barros, Isabel Barros, Rui Lopes Graça, Benvindo Fonseca, Sofia Silva, Vasco Wellenkamp, Paulo Ribeiro, Olga Roriz, Clara Andermatt, André Mesquita, Tânia Carvalho, Luís Marrafa, Hofesh Shechter / Companhia Instável, entre outros, assim como colaborações com os encenadores Ricardo Pais e Marco Martins. Em 2009, iniciou-se na coreografia com a criação do solo aTempo e, nos anos seguintes, coreografou para a Escola de Dança do Conservatório Nacional, Kale – Companhia de Dança, Companhia Instável e Companhia de Dança de Almada (2016 e 2024). De 2011 a 2024, desenvolveu uma colaboração artística com o coreógrafo e bailarino António M Cabrita. Em 2015, os dois coreógrafos foram distinguidos com o Prémio Autores – Melhor Coreografia com a peça Play False, pela Soc. Portuguesa de Autores e nomeados em anos seguintes.
Foi distinguida pelo Instituto Politécnico de Lisboa com a Medalha de Prata de Valor e Distinção (2016). Em 2017, São Castro criou Dido e Eneias para a Companhia Nacional de Bailado, em cocriação com António M Cabrita, e em 2019, ambos assumiram a direção coreográfica da ópera “Orphée et Eurydice”, uma produção do Théâtre de la Mezzanine (França).
De 2017 a 2021, foi, juntamente com António M Cabrita, diretora artística da Companhia Paulo Ribeiro. Desde 2019, assume a curadoria do festival A CIDADE DANÇA, promovido pelo Município de S. João da Madeira. Explora a composição musical como extensão do seu trabalho criativo, tendo composto para peças suas e a convite da coreógrafa Olga Roriz para a sua peça “Deste Mundo e o Outro” (2022) criada para a Companhia Nacional de Bailado.
É autora do artigo “Por uma corporização da palavra: proposta de investigação artística sobre a tradução física da palavra no corpo que dança” na Revista de Investigação Artística, Criação e Tecnologia RIACT e é fundadora e diretora artística da Play False| associação cultural.
António M Cabrita
António M Cabrita é Mestre em Criação Coreográfica e Práticas Profissionais e Licenciado em Dança pela Escola Superior de Dança, do Instituto Politécnico de Lisboa. Fez também formação na Escola de Dança do Conservatório Nacional (2000) e estudou Dança na Joffrey Ballet School, em Nova Iorque. Paralelamente à sua formação em Dança, frequentou o curso de Cinema da New York Film Academy (2001) e o curso de Criatividade Publicitária da Restart, em Lisboa. Como intérprete, trabalhou com coreógrafos como Rui Horta, Né Barros, Silke Z., António Tavares, Tânia Carvalho, Ana Rita Barata, Pedro Ramos, Felix Lozano, Paulo Ribeiro e Luís Marrafa, entre outros. Entre 2007 e 2015, foi artista residente da companhia alemã SilkeZ./Resistdance, tendo-se destacado com a peça Private Spaces, vencedora do Prémio de Dança de Colónia, em 2008. Iniciou-se na criação coreográfica, em 2009, com o projeto To Fail. De 2011 a 2024, desenvolveu uma colaboração artística com a coreógrafa e bailarina São Castro. Em 2015, os dois coreógrafos foram distinguidos com o Prémio Autores – Melhor Coreografia com a peça Play False, pela Soc. Portuguesa de Autores e nomeados em anos seguintes. Em 2016, foi distinguido pelo Instituto Politécnico de Lisboa com a Medalha de Prata de Valor e Distinção. Em 2017, criou com São Castro a peça Dido e Eneias para a Companhia Nacional de Bailado. De 2017 a 2021, foi, juntamente com São Castro, diretor artístico da Companhia Paulo Ribeiro. Em março de 2019, fundaram a associação cultural PLAY FALSE. Paralelamente à criação coreográfica, tem desenvolvido trabalho como realizador, fotógrafo, desenhador de luz e compositor sonoro. Dedica-se também à investigação artística, tendo publicado, em 2022, o artigo Esboço para uma investigação artística a partir da memória do corpo, na Revista de Investigação Artística, Criação e Tecnologia (RIACT, nº 5). Entre as suas criações mais recentes destacam-se Sinais de Pausa, concebida e interpretada com São Castro, e TAKE, criada para a Companhia Instável. Desde outubro de 2024, é Diretor de Programação do Teatro Viriato.
Dança / M6 – 70 minutos
Próximas datas
13 set / Teatro Municipal de Gouveia
28 nov / Auditório de Espinho | Academia
Datas anteriores
30 abr, 2025 / Teatro José Lúcio da Silva, Leiria
30 nov, 2024 / Teatro Municipal da Covilhã
27 abr, 2024 / Centro Cultural Vila Flor, Guimarães
8 mar, 2024 / Teatro Aveirense
16 e 17 fev, 2024 / Teatro Municipal do Porto
Estreia / 21 out, 2023 / Teatro Municipal de Ourém
Conceito, direção e coreografia: São Castro e António M Cabrita
Assistente de criação e ensaiadora: Daniela Cruz
Interpretação: Beatriz Mira, Catarina Casqueiro, Francisco Ferreira, Joana Couto, Nuno Velosa
Estagiárias: Ana Rita Almeida e Ana Jordão
Composição musical: Sarah Procissi
Figurinos e cenografia: Inês Vilas Boas
Desenho de luz: Cárin Geada
Produção: Instável – Centro Coreográfico
Produção Executiva: Rita Santos
Coprodução: Teatro Municipal do Porto e Teatro Aveirense
Apoio a residências artísticas: Teatro Viriato
Apoio: gmem-CNCM-Marseille / National Center for Musical Creation, França